quinta-feira, 18 de maio de 2017

Hugo Wolf Quartet em evidência no fim de semana que traz a Áustria até Sintra


A 52.ª edição do Festival de Sintra, organizado pela Câmara Municipal de Sintra com o apoio da Parques de Sintra, e que conta com a direção artística de Adriano Jordão, entra no 3.º fim de semana de concertos com mais uma oferta musical de eleição, inspirada no “espirito vienense”, que trará a Sintra alguns dos melhores nomes da música austríaca da atualidade: Amarcord Wien (19 de Maio – 21h30 – Sala dos Cisnes do Palácio Nacional de Sintra), Gottlieb Wallisch (20 de Maio – 16h30 – na Quinta da Piedade) e Hugo Wolf Quartet (21 de Maio – 19h30 - Sala dos Cisnes do Palácio Nacional de Sintra).

Para abrir o fim de semana da melhor forma, os Amarcord Wien sobem ao palco da Sala dos Cisnes do Palácio Nacional de Sintra pelas 21h30 de sexta-feira (19 de Maio). Violino, violoncelo, contrabaixo e acordeão, é este o invulgar agrupamento que constitui o Amarcord Wien que, no entanto, é complicado de classificar. O princípio base é o de criar arranjos que procurem constantemente novas maneiras de interpretar, compreender e comunicar a música, independentemente de tradições, sem temer o afastamento do manuscrito original, até se transformar em “Amarcord”. Ou seja, uma experiência musical não-adulterada tem prioridade sobre a obediência à partitura. Para o Festival trazem as bem europeias obras de Debussy ou de Eric Satie, mas também os sul-americanos Piazzolla e António Carlos Jobim, incluindo os tangos de Carlos Gardel e o original “Tristans Tango”, numa criação do seu líder, Sebastian Gürtler. E, claro, Viena estará igualmente presente nas operetas de Johann Strauss e Franz Léhar.

No sábado (20 de Maio), pelas 16h30 e no palco da Quinta da Piedade, será a vez de Gottlieb Wallisch entrar em ação. Com um programa particularmente interessante, e bem representativo da cultura austro-húngara, Wallisch transformará a Quinta da Piedade num grande salão Viena. Passeando entre obras originais, inspirações de outras e transcrições, num verdadeiro caleidoscópio musical centrado em Franz Liszt. A primeira parte do espetáculo irá desde a transcrição do Prelúdio e Fuga em lá menor para órgão de Bach até à também inspirada cantata do mesmo Bach, “Weinen, Klagen, Sorgen, Zagen”, através das magníficas Bagatelas Op.126 de Beethoven, que o autor considerou a sua obra-prima. Na segunda parte, a base inspiradora de Liszt foi Franz Schubert, quer nas Melodias Húngaras, quer na sua versão da monumental da Fantasia “Wanderer”.

Por último, pelas 19h30 de domingo (21 de Maio), também no palco da Sala dos Cisnes do Palácio Nacional de Sintra, os Hugo Wolf Quartet assumirão todo o protagonismo. "Grandes personalidades interagem livres de sentimentalismos, com delicadeza e de coração cheio, tudo ao mesmo tempo, criando um turbilhão de emoções que é difícil de explicar”. Estas qualidades combinadas com uma vontade apaixonada de se expressarem e uma curiosidade artística infinita são a melhor definição para este brilhante quarteto. A Sintra, este grupo traz um programa bem representativo da escola vienense, de Joseph Haydn a Anton Webern. Depois do Quarteto de cordas op 20/4 em Ré Maior, apresentam um belíssimo exemplo do pós-romantismo, uma obra do jovem Webern inspirada no tríptico do pintor Segantini, “Vita - Natura - Morte”.

Ainda este fim de semana, sábado e domingo (20 e 21 de Maio) das 14h00 às 19h00, decorrem os Sons da Rua de Sintra. Duos, trios, quartetos, coros, bandas e orquestras vão animar artisticamente Sintra. Desde o Museu das Artes de Sintra até ao Terreiro Rainha D. Amélia haverá uma oferta musical variada e diferentes estilos musicais, junto do grande público.